Nos últimos anos, o antigo hábito de tomar um cafezinho tem se transformado e ganhado um quê de sofisticação, assemelhando-se ao costume de tomar ou degustar um bom vinho. E as montanhas da Chapada Diamantina, localizada no coração da Bahia, têm contribuído diretamente para o desenvolvimento desse prazer.
A região começa a ganhar notoriedade não apenas pela beleza de suas paisagens, mas também pela sua produção reconhecida de cafés gourmet, categoria da bebida e dos grãos considerados de excelência. Pensando nisso, a agência de turismo Nas Alturas, de Lençóis, desenvolveu um roteiro exclusivo para os visitante conhecer todo o processo produtivo da bebida, desde o plantio até a colheita, passando pela seleção dos grãos e torra, além é claro, das degustações dos mais variados sabores.
O passeio começa logo no início da manhã, quando seguimos de carro em direção a Piatã, uma das regiões mais altas do nordeste e uma das principais produtoras de café gourmet do Brasil. Visitamos plantações de cafés de alta qualidade vencedores de prêmios nacionais, como é o caso do Café Rigno, que figura-se há 11 anos entre os finalistas Cup of Excellence, mais prestigiado campeonato do setor, e que em 2009 foi grande campeão com o melhor café do país.
Lá é a única lavoura do mundo onde o café é despolpado e irrigado com água mineral. Além disso, seu aroma é inigualável, e se deve primeiramente a altitude e o clima da região e, em segundo, ao seu blend, uma mistura de grãos secos e despolpados que garante o equilíbrio do perfume e do sabor. Apesar de não ser tão conhecido pelos brasileiros, o café Rigno é reconhecido e consumido em países como Inglaterra, Dinamarca, Noruega e Japão.
Arte da torra
A tarde, após um delicioso almoço regional, é o momento de saber mais sobre a arte da torra, a etapa mais importante de todo o ciclo
do café, pois garante a qualidade e sabor do produto. Conhecemos os métodos mais antigos e tradicionais feito por pequenos produtores e também a torra aliada ao conhecimento e tecnologia.
Visitamos o único q-grader da Bahia (especialista em prova e torra de café), Leo Bittner, que apresenta seus cafés especiais e um universo de informações, curiosidades e muitos sabores. “Meu trabalho consiste em selecionar os melhores grãos, torrar com perfeição e combiná-los para produzir diferentes sabores”, afirma Bittner.
Hora de degustar
A Rigno Cafeteria, também em Piatã, é uma das melhores partes do passeio. Lá são produzidos 63 tipos de cafés a base de espresso. Todos eles são feitos pela Dona Terezinha de Oliveira, produtora de café há 35 anos que tornou-se recentemente barista. Ela já recebeu em sua cafeteria a visita de baristas internacionais, como o El Salvadorenho Alejandro Mendez, vencedor em 2011 do campeonato World Barista Championship. Quando estiver lá, não deixe de experimentar: Afogatto: com sorvete de creme, chantilly, café espresso e calda de chocolate; Frapê: sorvete de creme, cappuccino, leite e raspas de chocolate e café com doce de leite.
Desde o ano passado no Vale do Capão, a cafeteria Terroá está com a nova linha “Lá do Sertão”, que acompanha saborosas geleias. O espaço é mais uma opção para degustar os cafés da Chapada Diamantina.
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Atualizada em 1º de abril de 2015, às 11h40