Quem curte turismo de natureza, turismo de aventura e ecoturismo costuma se deparar com nomenclaturas como “Parque Nacional”, “Unidade de Conservação”, “Áreas de proteção”, “Plano de manejo” entre outros termos. Mas o que significam estes temos e o que significa, na prática, adentrar em áreas como estas?
Veja a seguir o que você, enquanto visitante, precisa saber para aproveitar seu passeio dentro de um Parque Nacional como a Chapada Diamantina causando o mínimo impacto, e veja também quais os trabalhos desenvolvidos pelo Estado dentro dessas regiões. Quem vai nos ajudar a explicar tudo isso é Pablo Casella, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), instituto que administra o Parque Nacional da Chapada Diamantina.
O que é um Parque Nacional?
É uma Unidade de Conservação administrada diretamente pelo governo federal, destinada à preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. O objetivo primordial é preservar grandes áreas naturais, sua fauna e flora.
“A visitação de um parque deve ser orientada e normatizada por seu plano de manejo, que nada mais é do que um documento que detalha os limites de utilização e visitação de cada parque, baseado nos riscos que correm sua fauna e flora”, explica Pablo Casella.
Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD)
Fundado em 1985 com o intuito de preservar os ecossistemas da Serra do Sincorá e conservar suas nascentes, o Parque Nacional da Chapada Diamantina (ou somente PNCD) é um dos maiores do Brasil, abrangendo 152 mil hectares.
Administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o PNCD tem sua sede administrativa em Palmeiras e conta com analistas ambientais, técnicos administrativos e funcionários terceirizados.
“O trabalho dos analistas é dividido em algumas vertentes de gestão: Regularização fundiária; Pesquisas científicas; Gestão Participativa; Visitação, Proteção (que envolve as ações de fiscalização em geral, prevenção e combate aos incêndios florestais); além de demandas administrativas e de relacionamento externo”, explica Casella.
De acordo com Pablo, é realizada uma fiscalização programada por semana: “Geralmente, a fiscalização é mais reativa, motivada por denúncias. Atuamos não somente dentro do Parque, mas também em áreas que estão fora dele e têm influência no Parque, não importa a distância”, explica. Segundo Casella, o fogo e a caça são os maiores desafios enfrentados pelos analistas. “O problema dos incêndios, infelizmente, já é bem conhecido e combatido. A questão da caça, por sua vez, é pouco citada, mas igualmente relevante, pois o impacto na área onde estava o animal pode chegar a muitos hectares. As funções ecológicas são afetadas, podendo causar grandes desequilíbrios ambientais e, eventualmente, até mesmo a extinção local de espécies”, explica.
Parques Nacionais brasileiros
O Brasil possui 71 Parques Nacionais. O menor deles é a Ilha dos Currais, no Paraná, com 1.359,70 hectares. Já o maior chama-se Montanhas do Tumucumaque, na Amazônia, no estado do Amapá, com 3.865.188,53 hectares. Este é também o maior parque florestal do mundo.
Em termos de visitação, em 2015 o campeão de visitas foi o da Tijuca, no Rio de Janeiro, que recebeu mais de 2,72 milhões de pessoas. Em seguida, vêm os Parques do Iguaçu, no Paraná (1,56 milhões) e de Jericoacoara, no Ceará (780 mil). O da Chapada Diamantina ficou em 27º no ranking nacional.
ICMBio
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade é vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e integra o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). Cabe ao Instituto executar as ações previstas nos sistemas do MTur , podendo propor, implantar, gerir, proteger, fiscalizar e monitorar as Unidades de Conservação instituídas pela União. Cabe a ele, ainda, fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação da biodiversidade e exercer o poder de polícia ambiental para a proteção das Unidades de Conservação federais.
DENUNCIE!
Cuidar deste imenso paraíso é tarefa de todos nós. Por isso, qualquer pessoa que testemunhar algum incêndio ou outra irregularidade no PNCD ou em seus arredores deve denunciar. Anote os telefones:
Foto de Destaque: Açony Santos