Nem só de aventureiro vive o turismo da Chapada Diamantina

Por Roberto de Oliveira/Folhapress

Publicado originalmente no site Folha de S. Paulo

Vista do Morro do Pai Inácio, principal cartão postal da região | Foto: Branco Pires

Se você é do tipo aventureiro, que se amarra em trilhar caminhos ainda intactos, longe da chamada civilização e onde celular não pega, mas a natureza é generosa, a Chapada Diamantina é “o” lugar.

Agora, se você até encara uma caminhadinha até a cachoeira, mas sem suar tanto a camisa, e nem cogita abrir mão de um banho quente ou de jantar num restaurante com menu “regional chique”, wi-fi e carta de vinhos, a Chapada também é “o” lugar.

Com mais brasileiros viajando, os destinos de ecoturismo estão cada vez mais democráticos. Na Chapada, há roteiros para todos os níveis de preparo físico (e de bolso também) que agradam a jovens, senhores e idosos.

Você pode, por exemplo, deixar o hotel e seguir para um passeio em carros novos, espaçosos e confortáveis.

NUMA BOA

Há roteiros de caminhadas medianas e opções exclusivas para o pessoal da terceira idade, com atividades diferenciadas, como fazer aula de cerâmica ou aprender as delícias da culinária regional.

É fácil encarar a subida até o morro do Pai Inácio, que fica a 1.150 m de altura, um dos principais cartões-postais da Chapada, ou descer a escadinha do poço Azul, com a ajuda de uma corda. Tudo isso dá para fazer numa boa!

Pertinho de Lençóis, em Marimbus, fica a região alagada de Diamantina, apelidada de “Pantanal da Chapada”. Chega-se até lá de carro. O passeio de canoa é uma atividade contemplativa para todas as idades – e relaxa!

Outros exemplos de passeios que dispensam esforço são o poço do Diabo e a gruta da Pratinha, mas todos eles – é bom dizer – exigem a companhia de um guia.

Vamos combinar, se a preguiça baixar, a beleza do lugar é um baita estímulo que arranca disposição para encarar essas experiências.

Que o diga a equipe da terceira idade, que anda, como nunca, sapeca à beça.

VALES E DIAMANTES

Lençóis é a maior cidade do circuito, com cerca de 10 mil habitantes. Surpreende a conservação de seu conjunto arquitetônico colonial, herança do século 19, erguido no auge da mineração (em 1973, a cidade foi tombada como patrimônio nacional).

A descoberta de jazidas de diamantes trouxe garimpeiros em busca de fortuna. Veio gente de Minas, do Recôncavo baiano, de vilarejos às margens do rio São Francisco.

Eram mineradores, garimpeiros, escravos foragidos, alforriados, negociantes com família, cachorro e galinha.

Comerciantes franceses, judeus, árabes, ingleses e holandeses também deram as caras por aquelas bandas. Hoje, continuam aparecendo em grandes grupos. Agora, atrás de outras riquezas.

Do avião, cruzando o coração da Bahia, dá para ter uma ideia de quantos recursos ainda podem ser conscientemente explorados na vastidão da Chapada Diamantina.

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