A equipe do Guia Chapada Diamantina fez uma visita a Piatã, ao Sul da Chapada Diamantina, e ali se deparou com uma cidade cheia de pessoas acolhedoras, clima interiorano, ar fresco e lindas paisagens. A viagem foi tão rica que rendeu uma série de matérias sobre o lugar que, por onde se passa, tem um cafezinho para degustar e uma boa história para ouvir. Nos acompanhe e confira também, as próximas reportagens!
A mais alta cidade serrana de todo o Nordeste, a 1.260 m de altitude, fica num platô entre as serras da Tromba e da Serra da Santana e tem temperaturas que podem chegar a 3º C. Piatã, com vocação para o turismo rural, oferece também atrativos variados para o turismo ecológico, esportes de aventura, culturais, pré-históricos e arquitetônicos. Isso sem contar com as visitas às fazendas de café, produto premiado nos âmbitos nacionais e internacionais.
O passeio pela região pode começar na Serra da Santana, onde é possível subir sem muito esforço para apreciar o pôr do sol ou os primeiros raios da manhã. No caminho, nos deparamos com as Igrejas da Matriz do Bom Jesus e a Capela do Senhor do Bonfim, que atraem peregrinos religiosos na época da Semana Santa. “A trilha tem um visual panorâmico de toda a cidade e não possui grandes dificuldades. É uma peregrinação com gostinho de aventura!”, declara Lícia Oliveira, 50, que esteve na região com a família no feriado.
Aqui vai uma dica valiosíssima: prepare-se, pois no caminho você pode se deparar com chuva, neblina e frio, como aconteceu com nossa equipe. O que torna a caminhada ainda mais desafiadora e cenográfica.
Aos interessados em arqueologia, uma trilha de 25 minutos de carro e cinco de caminhada nos leva às pinturas rupestres dos Três Morros: impressionantes desenhos de 9 a 11 mil anos, registros dos indígenas, primeiros habitantes da região.
O lado aventureiro de Piatã ainda reserva quedas d’água belíssimas, como as cachoeiras do Patrício e do Cochó, trilhas curtas, recompensadas por um delicioso banho em águas geladas. Além das duas acima, ainda há outras cinco cachoeiras em Piatã: Cachoeira Três Bicas, Cachoeira da Mariazinha, Cachoeira de Piatã, Cachoeira do Rio de Contas e a Cachoeira da Malhada da Areia.
Para aqueles que têm mais preparo físico, a cidade é ponto de partida para o Pico do Barbado, o pico mais alto do Nordeste brasileiro, com cerca de 2.033 metros. A trilha parte de Catolés e dura cerca de duas horas e meia. Do alto, avista-se vários picos como o Itobira e o Pico das Almas, além de várias serras, como a da Tromba. O local também é ideal para prática de Mountain Bike e foi passagem do Brasil Ride durante anos.
A mais antiga povoação da Chapada Diamantina teve início em meados do século XVII com a descoberta, por garimpeiros, de minas nas Serras da Tromba e da Santana, o que atraiu grande número de aventureiros à procura de ouro e pedras preciosas. Formou-se o povoado de Bom Jesus dos Limões, atual Piatã, que nasceu às margens da Estrada Real, ligando Rio de Contas à Jacobina em 1725. São desta época a Igreja Matriz de Bom Jesus e a Capela Nossa Senhora do Rosário.
Hoje, com quase 18 mil habitantes, a cidade possui cafés especiais de alta qualidade, premiados em concursos nacionais e internacionais. Em 2016, a cidade conquistou nada menos que cinco colocações do 17º Cup of Excellence, na categoria Pulped Natural National Winners. A iguaria pode ser degustada nas fazendas, diretamente com o produtor, através de roteiros de turismo rural, onde os visitantes podem conhecer todo o processo produtivo das fazendas e, de quebra, degustar um dos melhores cafés do Brasil.
O calendário cultural também é bem animado e conta com São João tradicional em junho, com forró pé de serra. Na primeira lua cheia do ano, ocorre o Ressonar Festival. O evento combina concertos e performances de música experimental com estilos regionais, além de oferecer espaços com música eletrônica, comandados por DJs reconhecidos mundialmente. Durante o Carnaval, é palco de festejos à moda antiga.
As festas juninas são as mais comemoradas, tanto na zona urbana quanto na rural e se caracterizam pela mesa farta de produtos típicos da época e por um “friozinho” que pode chegar a 4º C. A média da temperatura anual nunca ultrapassa os 20º C. Nas noites de junho, as mais frias do ano, em todas as residências, há sempre um fogão à lenha, um licor artesanal e um “quentão” – bebida típica da região – ou um café quentinho, plantado e colhido nos quintais da cidade.
** A equipe de reportagem viajou a convite da Agência Na Altitude de Piatã e Prefeitura Municipal, com apoio da Secretaria de Turismo e trade local.
AGRADECIMENTOS:
Aos guias
Ricardo Xavier Pina, Ricardo Silva, Francisco Valadares e Autiere Trindade, que nos conduziram com eficiência e profissionalismo.
E também
Associação Altitude Ambiental, Raimundo Mazzei, Lucas Campos e Maisa Nascimento, Neidinha e Fernando, Rodrigo (Fazenda Oshoki), Rodolfo (Fazenda Ponte), Maria Helena (Fazenda Bicholândia), Antonio Rigno, Geraldo Lima, Carmem, e tantos outros que colaboraram de algum modo com a nossa equipe.
APOIO:
Prefeitura Municipal de Piatã (77) 3479-2130 – Prefeito Edwilson Marques
Secretaria de Meio Ambiente e Turismo (77) 99109-9129 – Secretário Glayco Barbosa
Pousada Anchieta (77) 3479-2231 / 99155-3802
Restaurante e Pizzaria Armazém (77) 99118-3724 – Neide e Fernando
Foto de Destaque: Açony Santos