Artistas da Chapada Diamantina

Reduto de paisagens naturais majestosas e berço de uma diversidade cultural incrível, a Chapada Diamantina é, de fato, um lugar inspirador, principalmente para quem trabalha com as artes manuais, apresentando, com singularidade, cores e formas deste vasto e admirável ambiente. Programe-se para inserir na sua agenda uma visita aos ateliês da região. Certamente, sua experiência será repleta de conhecimento!

ANDARAÍ – IGATU

Ourives da Chapada

Na Toca do Morcego, você pode conferir a beleza dos artefatos de pedra típicos da região, principalmente os ornamentos para decoração, que incluem porta-retratos e casas em miniatura, inspiradas nas antigas moradias dos garimpeiros. Na Vila de Igatu, também é possível conhecer o ateliê dos ourives Gabriel Macedo e Cristiano Salles Castro, além da Galeria Arte e Memória, um museu a céu aberto que guarda utensílios do garimpo e ainda realiza exposições temporárias de artistas renomados.

Ourives da Chapada. Foto: Arquivo

Ourives da Chapada. Foto: Arquivo

Dmitri de Igatu

O artista dispensa apresentações. A identificação com Igatu é tão marcante que passou a integrar seu nome artístico. Paisagens exuberantes da Chapada Diamantina estão presentes nas suas pinturas, especialmente encontradas em muros, paredes e telas. A capital carioca detém a maior parte do seu acervo em mural, que pode ser visto no bairro de Santa Teresa, no Complexo do Alemão e na Rocinha. Mais informações: dmitrideigatu.blogspot.com

Dmitri de Igatu. Foto: Acervo Pessoal

Dmitri de Igatu. Foto: Acervo Pessoal

Marcos Zacariades – Galeria Arte & Memória

Graduado pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Marcos Zacariades desenvolve seu trabalho a partir da observação social e da pesquisa antropológica dos lugares por onde transita, especialmente a região da Chapada Diamantina, onde fundou a Galeria Arte & Memória, em Igatu. Mais informações: www.marcoszacariades.com.br/galeria-arte-memoria

Galeria Arte & Memória. Foto: Caiã Pires

Galeria Arte & Memória. Foto: Caiã Pires

 

JACOBINA

Cícero Matos

Inspirado pelas belezas do Piemonte da Diamantina, Cícero Matos se baseia no abstracionismo, expressionismo e surrealismo para apresentar aspectos da natureza e da diversidade cultural da Chapada Norte, como a Marujada e a famosa Serra do Cruzeiro, em Jacobina. As cenas interioranas com suas cores vibrantes, traços fortes e emoções latentes são a base de sua inspiração, repleta de crítica social. Materializados em telas, papéis, madeira, muros, ou mesmo em camisetas, seus trabalhos permitem amplo acesso a diferentes públicos. Mais informações: www.pinturascmatos.wordpress.com

Cícero Matos. Foto: Valter de Oliveira

Cícero Matos. Foto: Valter de Oliveira

 

LENÇÓIS

Ana Barros

Há mais de 20 anos, a artista retrata a vida das mulheres quilombolas e nordestinas, através de materiais como papel machê e tecido, dando forma a importantes personagens locais, a exemplo das lavadeiras. Seu ateliê fica na Rua das Pedras.

Ana Barros. Foto: Acervo Pessoal

Ana Barros. Foto: Acervo Pessoal

Chapada em Retalhos

Chapada em Retalhos. Foto: arquivo

Chapada em Retalhos. Foto: arquivo

Por meio de agulha, linha e tecido são reconstruídos cenários encantadores da região em peças decorativas, que valorizam o patrimônio material e imaterial da Chapada Diamantina. Esses produtos, totalmente artesanais, são realizados a partir do bordado e do patchwork, sendo confeccionados pelas mulheres da “Chapada em Retalhos”, associação constituída por moradoras de Lençóis.  O design do trabalho é inspirado nas tradicionais colchas de retalho e nasceu do projeto “A História da Chapada Diamantina em Retalhos”, que narra episódios marcantes por meio de dez quadros.  Os produtos são encontrados em lojas na cidade de Lençóis ou pela internet. Saiba mais:chapadaemretalhos.org.br

Dida Murta

O artista plástico Dida Murta pinta a imagem dos calangos, pequenos lagartos que vivem por toda a região, com canetas de bico de pena e lápis de cor aquarela, seguindo tendências das artes abstrata e psicodélica. Mais informações: didamurta@gmail.com

Dida Murta. Foto: Caiã Pires

Dida Murta. Foto: Caiã Pires

Dona Edite

Artesã muito querida e respeitada na região, Dona Edite confecciona, desde criança, peças em barro e palha de coco, como cestos e panelas. Seus produtos podem ser encontrados na Rua das Pedras.

Dona Edite. Foto: Branca Pires

Dona Edite. Foto: Branca Pires

 

José Carlos

Criador de abelhas e artesão de móveis rústicos, Zé Carlos reaproveita madeira há 19 anos, transformando-a em lindos bancos e mesas. Sua loja fica na entrada da cidade, no Km 1. Mais informações: (75) 9961-6973

Ateliê Jotacê & Filhos
Juntamente com sua família, Jotacê produz mosaicos em cerâmica, madeira ou vidro, que abusam das figuras da natureza e dos anjos. Profissional prestigiado, dividiu experiências com o renomado artista Carybé. Seu ateliê fica no Alto da Estrela. Mais informações: (75) 3334-1678 / jotace.filhos@gmail.com

Luiz de Lençóis

O artista desenvolve pintura em pratos de cerâmica e madeira há 30 anos. Autodidata, utiliza a técnica da pirogravura para apresentar a beleza dos casarios e da arquitetura da Chapada Diamantina, além de mandalas e traços das civilizações maia, asteca e inca.  Seu ateliê fica no Alto da Estrela. Mais informações: (75) 9926-7004

Maria José

Da Argentina à Chapada Diamantina, Maria José sempre quis investir na pintura. Há um ano, ela produz tapetes recobertos com resina, que expressam a singularidade das águas da região. Seu ateliê está na Rua das Pedras. Mais informações: www.mariajosemass.com.ar

Obra de Maria José. Foto: Arquivo Pessoal

Obra de Maria José. Foto: Arquivo Pessoal

Suzy Brasil

As pinturas rupestres são o principal tema da arte-educadora Suzy Brasil, que desenvolve esse trabalho desde 2006. Em peças de cerâmica, tecidos e quadros, os pigmentos minerais e vegetais que ela extrai do solo para fabricar suas tintas dão forma à primeira manifestação artística do ser humano. Mais informações: chapadarupestre@hotmail.com; Facebook Suzy Brasil; (75) 3334-1640/9878-5712.

Suzi Brasil. Foto: Arquivo

Suzi Brasil. Foto: Arquivo

Projeto Lavanda da Chapada
Ação de empreendedorismo social, o projeto surgiu em 2015 e abarca 30 pessoas de uma mesma família, que cultivam a flor conhecida como lavanda-do-mar, de longa durabilidade após colhida. Elas plantam parceria com o grupo “Esperança de um Novo Amanhecer (ENA), do distrito de Tanquinho, que confecciona peças de pano, como as sacolas utilizadas como embalagens para as flores. Os buquês ficam expostos no aeroporto.

Projeto Lavanda da Chapada. Foto: arquivo

Projeto Lavanda da Chapada. Foto: arquivo

 

Na cidade que é considerada o Portal da Chapada Diamantina, outros trabalhos também podem ser apreciados, como garrafinhas de areia colorida, com Gilmar Nunes e Taurino Alcântara; figuras em argila, com Hermes Araújo; móveis em ardósia, com José Augusto; escultura em ferro e metal, com Reme e Marco Antônio Ferreira; bonecas de pano, feitas por Marivan Lina de Souza; mesas de ferro e vidro, com Maurício Barreto; relógios de pedra, feitos por Roy Funch; pintura em porcelana, com Alcino Caetano; mosaicos em cerâmica, madeira ou vidro, confeccionados por Jotacê, além de desenhos exclusivos, com diversas cores e pigmentos de argila, com Silvia Lopes.

MUCUGÊ

Silvio Jessé

Quadros, azulejos, copos, carteiras, canecas, mochilas, camisas e cartões-postais podem ter o toque especial do artista Silvio Jessé, natural de Vitória da Conquista, que está com um ateliê na cidade de Mucugê há quase um ano. Seu traço dialoga com a diversidade cultural do Nordeste, ao representar elementos da fauna, flora e do cotidiano dos moradores. Seu ateliê fica na rua Direita do Comércio, nº 96. Mais informações: www.silviojessse.com.br; Facebook Atelier Silvio Jessé

MORRO DO CHAPÉU

Associação de Bordadeiras e Artesãos Morrenses (Abam) – Morro do Chapéu
Fundada no ano 2000, e com com mais 40 associados, a associação elabora produtos e realiza cursos em diferentes áreas do artesanato, como a arte em madeira, cerâmica e pintura. Onde encontrar: Mercado Cultural de Morro do Chapéu. Mais informações: https://dartagnhan.wordpress.com e abammorrodochapéu@yahoo.com.br

PALMEIRAS – VALE DO CAPÃO

Seu Diva

Nascido no Vale do Capão, Edvaldo Jorge dos Santos, mais conhecido como Seu Diva, descobriu um novo talento com as mãos, após passar por problemas de saúde e precisar interromper seu trabalho de lavrador. Há 10 anos, confecciona passarinhos em tecido, inspirado nas espécies encontradas na Chapada Diamantina. O seu trabalho pode ser prestigiado próximo à entrada da trilha da Cachoeira da Fumaça.

Seu Diva. Foto: Thais de Albuquerque

Seu Diva. Foto: Thais de Albuquerque

RIO DE CONTAS

Mulheres quilombolas de Barra e Bananal

Mandalas em pedra são algumas variedades encontradas na cidade de Rio de Contas, situada no Sul da Chapada Diamantina, ao lado do artesanato em madeira e metal. Com matéria-prima reaproveitada de sucatas de ferro, bronze, níquel e latão, essa arte secular, herdada do século XIX, ganhou notoriedade em um catálogo produzido pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, intitulado “Um Rio de Contas e tradições”, publicado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2008. O crivo rústico, espécie de bordado feito com tecido de algodão por mulheres quilombolas de Barra e Bananal, também é um convite à parte. Mais informações: mulheresquilombolas@gmail.com; (77) 3475-2610.

Trabalho das mulheres quilombolas das comunidades Barra e Bananal. Foto: Marcio Papi

Trabalho das mulheres quilombolas das comunidades Barra e Bananal. Foto: Marcio Papi

Pedro Souza

Pedro Souza. Foto: Caiã Pires

Pedro Souza. Foto: Caiã Pires

Apaixonado pela técnica do papel machê, Pedro expôs seu trabalho pela primeira vez no carnaval tradicional de Rio de Contas, em 1987. Inspirada pela cultura local, sua obra contempla máscaras, bonecos gigantes e miniaturas. Em 2002, ao sentir que as máscaras estavam sumindo dos festejos, criou o Bloco dos Mascarados, hoje uma das atrações mais esperadas do evento. Além do papel machê, domina a técnica da papietagem, pintura em aquarela e escultura em madeira. Atualmente, também desenvolve oficinas de papel machê nas escolas municipais e no CAPS (Centros de Atenção Psicossocial). Seu trabalho pode ser encontrado no ateliê Raízes do Rio, em Rio de Contas. What’s app: (77) 8126-7218

SEABRA

Pedro Lima

Pedro Lima. Foto: Enilson Lázaro (Na versão impressa do Guia 7, o crédito desta fotografia está errado. O responsável pelo registro é o fotógrafo Enilson Lázaro, conforme especificado na legenda.)

Pedro Lima. Foto: Enilson Lázaro (Na versão impressa do Guia 7, o crédito desta fotografia está errado. O responsável pelo registro é o fotógrafo Enilson Lázaro, conforme especificado na legenda.)

Inspirado pelas habilidades da mãe em diferentes áreas, Pedro Lima desenha desde criança, quando os professores descobriram seu talento e começaram a solicitá-lo para encantar as aulas e os eventos escolares. A vivência na zona rural marcou o seu estilo. Atualmente o artista plástico já acumula mais de dois mil trabalhos e é conhecido pela diversidade temática de sua produção. Ele passeia pelo surrealismo, impressionismo e hiper-realismo, retratando tanto os cenários naturais da Chapada Diamantina quanto seus personagens, em ações do cotidiano, e problemas sociais.Com a obra “Tapando o sol com a peneira”, ele foi premiado nos Salões de Artes Visuais da Bahia 2014 (Etapa Barreiras).

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